sábado, 1 de maio de 2010

Desculpe-me, eu errei!

Em meu enfastioso trajeto para casa, fico a observar a cinzenta paisagem urbana da cidade de São Paulo. Passando pela abarrotada Radial Leste e seu constante enxame de carros e pessoas, vejo também os muros, pintados de verde, das estações do Metrô.
Em um determinado dia de minha rotina, observei que havia pichado nos muros do Metrô, uma mensagem. Esforcei-me para ler, mas o fluxo do trânsito não me permitiu. No outro dia, porém, chamou minha atenção que já não havia somente uma mensagem, mas sim duas. Ao longo da semana deparei-me com o aumento na quantidade de mensagens e, que de certa forma, passou a aguçar a minha curiosidade.
Propus a observar com mais calma para saber do que se tratava e li chistosamente que eram pedidos de desculpas dirigidos a uma mulher. Essas mensagens passaram a fazer parte do meu bate-papo com meu marido e amigos. Fiquei surpresa quando em uma noite ao passar pelo local, deparei-me com a esquálida figura de um homem a escrever essas mensagens. A partir de então, devaneei as mais diversas histórias e me peguei a questionar porque aquele sujeito tanto insistia em pedir desculpas de uma forma tão pública. Percebi que, de certa forma, esse poderia ser seu modo de reconhecer que errou e de pedir uma nova chance.
Aprendemos desde pequenos que temos que pedir desculpas quando cometemos um erro. Mas pedir desculpas implica muito mais do que simplesmente repetir a frase “me desculpe” de forma costumeira. Implica no reconhecimento de que somos sujeitos imperfeitos, capazes de cometer erros e sofrer para repará-los. E o melhor de tudo é que podermos mudar apesar disso. Começamos a mudar quando percebemos que nossos estúpidos erros estão deixando a nós e as pessoas que amamos infelizes. Ai, o exercício de vencer o orgulho nos propicia uma nova chance de recomeçar e então, a frase “me desculpe, eu errei” passa a ter uma função diferente em nosso repertório, significará a capacidade de se perceber e saber que não está acertando, mas que irá se esforçar para, no mínimo, aprender a fazer diferente da próxima vez. Isso nos remete ao plano de redenção que Deus criou para nos resgatar do pecado. Diariamente precisamos exercitar o arrependimento para o perdão. Vou além dizendo que esse exercício do perdão necessita começar internamente, através do reconhecimento de nossa fragilidade humana e propensão a escolher pelo erro, acreditando que essa é a melhor forma de ser feliz.
Quando passamos a nos reconhecer nessa esfera do “errei/pequei/ arrependi-me/ desculpe-me/ perdoa-me”, aprendemos também a viver sobre o olhar divino do “tudo bem/ eu te perdôo/ vai e não peques mais”, pois uma vez reconhecido que pecamos, estaremos prontos a viver o perdão oferecido por Deus através de Jesus, o seu filho.
O Metrô pintou os muros, apagou as mensagens.
Além da reflexão, me ficou também a curiosidade de saber se a mulher recebeu as mensagens desesperadas daquele sujeito arrependido.

Nay

6 comentários:

  1. bom texto!!!!parabens Nay!

    abs a todos

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  2. Perfect!!!! A escrita é direta e estimulante! parabéns!!!!!

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  3. Parabéns, gostei do texto.

    bjs do seu maridão.

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  4. Parabéns pelo texto!

    Relevante e prático.

    Pr. Marcelo Santos

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  5. Adriana silva de oliveira8 de maio de 2010 às 10:52

    Nai sempre Elienai amei!!!!!
    Que linda reflexão te amo em Cristo.

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  6. Tb gostei mto do texto...sabe o que essa história me lembrou? o profeta Gentileza... não sei por que...

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