segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dois ou três

Quantas vezes você foi a um culto ou celebração e não sentiu a presença de Deus naquele lugar? Quantas vezes você participou de um pequeno grupo e nada lhe foi acrescentado? Já perdi as contas de quantas vezes voltei para casa frustrado com as programações de nossas instituições, no qual parece que Deus “nem deu as caras”, ou que Ele estava de folga ou qualquer coisa do tipo. O fato é que cada vez mais gente está sentindo isso e o motivo principal desse sentimento é a falta de observância de um princípio básico de nossa fé: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, lá estarei...” [Mt 18.20]

Jesus, muito provavelmente, não se equivocou quando disse “dois ou três”, apesar de haver uma legião de pessoas que querem nos convencer que, “na realidade”, Jesus queria dizer “onde dois ou mais...”. Essa interpretação é tão comum que a maioria das pessoas cita esse versículo como “dois ou mais” sendo que o que Ele disse foi outra coisa, confira em sua bíblia.

Muitas vezes as celebrações e até mesmo os pequenos grupos são áridos por conta da impessoalidade ocorrida pelo número excessivo de pessoas nesses ajuntamentos. O que está faltando nessas reuniões são encontros mais intimistas, onde possamos por em prática o “amor ao próximo como a você mesmo”. O que Jesus está nos ensinando nesse versículo é que, inevitavelmente, onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, lá Ele também estará.

Estar reunido em nome de Jesus não é simplesmente um ato formal ou algo simbólico. Estar reunido em nome de Jesus quer dizer estar destituído de todas as nossas máscaras e carapuças, pois Ele sabe todas as coisas a nosso respeito e o desejo Dele é que sejamos um com Ele e o Pai, e também, que sejamos um entre nós mesmos [Jo 17]. Portanto, estar reunido em nome de Jesus implica estarmos vestidos com aquilo que somos verdadeiramente, ou seja, com nossos pecados, medos, problemas, alegrias, sonhos e projetos... Estar reunido nessas condições pressupõe experimentar os mandamentos recíprocos (amar uns aos outros, perdoar (...), suportar (...), orar (...), etc.). É abrir o livro de nossas vidas para pessoas intimamente ligadas a nós, para que sejamos exortados, amados, honrados e festejados pelos amigos.

Não se enganem, pois somente em um grupo menor, de duas ou três pessoas comprometidas com a Verdade, você verá sempre a presença de Jesus. Isso não quer dizer que Jesus não esteja presente em ajuntamentos maiores, porque muitas vezes Ele está e eu já presenciei isso, mas o que quero dizer é que Jesus prometeu que onde dois ou três estiverem reunidos, lá Ele também estará.

Talvez, para nós, seja mais conveniente ficarmos no anonimato de um grupo maior, sem a intromissão do outro, sem termos que nos envolver em problema alheio, mas essa atitude fatalmente nos levará a poucos encontros com o nosso grande Amigo e a um paulatino esfriamento de nossa fé.

Cada vez mais o mundo percebe a nossa divisão, nossa total falta de unidade, isto implica dizer que estamos fazendo o contrário àquela vontade do Pai, e, em minha humilde opinião, o âmago desse problema está em nossa insistência em não vivermos em unidade.

A solução é simples, basta aumentar a freqüência com que nos reunimos em grupos de duas ou três pessoas em nome de Jesus. E então, como ocorreu na igreja primitiva, as pessoas olharão para nós com simpatia e o Senhor (e não nós) nos acrescentará aqueles que vão ser salvos [At 2.47].

Marcos Nonato - Blog Jovem Peregrino

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