Diz uma antiga fábula que:
"Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberta por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morrreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente. Aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos. Justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados e sofridos. Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos de seus semelhantes. Doíam muito...
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções e delicadezas, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro. Mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, conviveram, resistindo à longa era glacial.
Sobreviveram !!!"
Fábula inspirada na obra de Arthur SCHOPENHAUER (1788-1860).
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
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Bela analogia... se nós entendessemos isso, viveríamos melhor...
ResponderExcluirParece que estamos vivendo na sombra do evangelho, bem distante dele mesmo. Eu acho se praticarmos este evangelho, os espinhos não nos afetariam. gostei.
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